14 de nov. de 2010

QUAL É A ORIGEM DO UNIVERSO? — HÁ CONTROVÉRSIA!


            OS astronautas emocionam-se ao fotografar a Ter­ra, que parece enorme quando vista através da janela de uma espaçonave. "É o momento mais agradável de um voo espacial", disse um deles. Mas a Terra é bem pequena em comparação com o sistema solar. Dentro do Sol caberiam um milhão de Terras, e sobraria espaço! Mas, poderiam esses fatos a respeito do Universo ter algo a ver com a nossa vida e seu sentido?

            Os aglomerados não estão espalhados por igual no espaço. Numa escala enorme, eles parecem paredes e filamentos envolvendo gigantescas regiões vazias, ou 'bolhas'. Algumas partes são tão longas e largas que parecem grandes muralhas. Isso talvez surpreenda a muitos que pensam que o Universo criou a si mesmo numa explosão cósmica casual. "Quanto mais clara­mente vermos o Universo em todos os seus detalhes gloriosos", conclui um escritor sénior da revista Scien-tific American, "tanto mais difícil será explicarmos com uma teoria simples como é que ele se formou".

            O diâmetro da galáxia Via-Láctea é de aproximadamente um quintilhão de quilómetros, sim 1.000.000.000.000.000.000 de quilómetros! A luz leva 100.000 anos para cruzá-la, e essa única galáxia contém mais de 100 bilhões de estrelas!


Evidências apontam para um Começo

            Todas as estrelas que vemos estão na Via-Láctea. Até os anos 20, esta parecia ser a única galáxia existente. Mas provavelmente você sabe que em observações pos­teriores, com telescópios maiores, ficou provado que isso não é assim. O Universo contém pelo menos 50 bi­lhões de galáxias. Não são 50 bilhões de estrelas, mas pelo menos 50 bilhões de galáxias, cada qual com bi­lhões de estrelas semelhantes ao Sol. Mas não foi a quantidade estonteante de enormes galáxias que aba­lou as crenças científicas nos anos 20. Foi o fato de es­tarem todas em movimento.

            Os astrônomos descobriram um fato notável: quando passaram luz galáctica através de um prisma, obser­vou-se um "esticamento" nas ondas luminosas, indican­do que se afastavam de nós a grande velocidade. Quan­to mais distante a galáxia, tanto mais rapidamente parecia afastar-se. Isso indica um Universo em expan­são. 

            Em 1995, os cientistas notaram o comportamento estranho da estrela mais distante (SN 1995K) já observada, que estava explo­dindo na sua galáxia. Como as supernovas em galáxias vizinhas, essa estrela tornou-se bem brilhante e daí, lentamente, foi per­dendo o brilho, porém num período mais longo do que jamais de­tectado antes. A revista New Scientist pôs isso num gráfico e ex­plicou: "O traçado da curva luminosa . . . está esticado no tempo por exatamente a quantidade esperada se a galáxia se distancias­se de nós a aproximadamente metade da velocidade da luz." A conclusão? Esta é "a melhor evidência até agora de que o Univer­so realmente está-se expandindo".

            Mesmo sem sermos astrónomos profissionais ou amadores podemos ver que um Universo em expansão teria profundas implicações no nosso passado e tal­vez também no nosso futuro pessoal. Alguma coisa forçosamente desencadeou esse processo uma for­ça suficientemente poderosa para vencer a imensa gravidade do Universo inteiro. É válido perguntar-nos: 'De que fonte viria uma energia tão poderosa?'
           
            Ainda que para a maioria dos cientistas o Universo tenha tido um começo bem pequeno e denso (uma singularidade), não podemos fugir desta questão fun­damental:

            "Se em algum ponto no passado o Universo estava confinado a um estado singular de tamanho infinitamente pequeno e de infinita densidade, temos de perguntar o que havia ali antes e o que havia fora do Universo.... Temos de encarar o problema de um Começo." 
Sir Bernard Lovell.

            Isso envolve mais do que apenas uma fonte de vasta energia. Requer também previsão e inteligência, pois o ritmo de expansão parece estar ajustado com gran­de precisão.

            DISSE LOVELL:

            "Se o Universo tivesse se expandido uma trilionésima parte mais rápido, toda a matéria no Universo já estaria dispersa agora.... E se tivesse sido uma trilionésima parte mais lento, as forças gravitacionais teriam arruinado o Universo mais ou menos dentro de seu primeiro trilhão de anos de existência. De novo, não haveria estrelas de longa vida nem a própria vida".

 
0 Sol é insignificante na galáxia Via-Láctea, conforme ilustrado aqui 
com a galáxia espiral NGC 5236 



O astrônomo Edwin Hubble (1889-1953) percebeu que
um desvio vermelho na luz de galáxias distantes indicava
que o Universo está em expansão e, portanto, teve um começo.
  
TENTATIVAS DE EXPLICAR O COMEÇO
          
            Será que os especialistas agora sabem explicar a origem do Universo? Muitos cientistas, não à vontade com a ideia de que o Universo possa ter sido criado por uma inteligência superior, especulam que, por meio de algum processo, ele tenha criado a si mesmo do nada. Parece-lhe razoável isso? Tais especulações em geral envolvem alguma variação de uma teoria (a do Universo inflacionário) apresentada em 1979 pelo fí­sico Alan Guth. No entanto, mais recentemente, o Dr. Guth admitiu que a
                      
            "sua teoria não explica como o Universo surgiu do nada".
(físico Alan Guth). 

            O Dr. Andrei Linde foi mais explícito num artigo em:
            "Expli­car essa singularidade inicial onde e quando tudo começou ainda é o problema mais renitente da cos­mologia moderna."

(Scientific American)

            A teoria da inflação especula o que aconteceu numa fração de segundo após o começo do Universo. Os defensores da inflação sustentam que o Universo inicialmente era submicroscópico e daí inílacionou (expandiu-se) mais rápido do que a velocidade da luz, uma afirmação que não pode ser testada em laboratório. A teoria da inflação ainda é polêmica. 

TENTATIVA DE CONTAR AS ESTRELAS

            Calcula-se que a galáxia Via-Láctea tenha mais de 100 bilhões de estrelas. Imagine uma enciclopédia que dedicasse uma página a cada uma dessas estrelas — o Sol e o restante do sistema solar ficariam limitados a uma página. Quantos volumes seriam necessários para incluir todas as estrelas da Via-Láctea?

            Com volumes razoavelmente grandes, diz-se que essa enciclopédia não caberia na Biblioteca Pública de Nova York, com seus 412 quilómetros de espaço nas estantes!

            Quanto tempo levaria para examinar essas páginas? "Folheá-la num ritmo de uma página por segundo levaria mais de dez mil anos", explica o livro Maioridade na Via-Láctea. No entanto, as estrelas da nossa galáxia são mera fração do número de estrelas existentes nos calculadamente 50 bilhões de galáxias no Universo. Se a enciclopédia dedicasse uma página para cada uma dessas estrelas, as bibliotecas do mundo inteiro juntas não teriam espaço suficiente para abrigá-la.

            "Quanto mais sabemos sobre o Universo, tanto mais vemos o quão pouco sabemos".  
(Corning of Age In The Milk Way)
(Maioridade na Via- Láctea)

COMENTÁRIOS DE JASTROW SOBRE O COMEÇO

            "Poucos astrônomos poderiam ter previsto que esse evento o nascimento súbito do Universo se tornaria um fato científico comprovado, mas a observação dos céus por meio de telescópios obrigou-os a chegar a essa conclusão. A prova astronómica de que o universo teve um começo embaraça os cientistas, pois eles acreditam que todo efeito tem uma causa natural ..."
(Robert Jastrow, prof. de Astro. e Geo. Univer. de Colúmbia, EUA).
            O astrônomo britânico E. A. Milne escreveu:
            "Não podemos fazer suposições sobre como eram as coisas no começo; no ato Divino da criação Deus não teve observadores nem testemunhas.'" 
 (The Enchanted Loom Mind in the Universe).

            Se os especialistas realmente não sabem explicar a origem nem o desenvolvimento primordial do Univer­so, não devemos procurar uma explicação em outra parte? De fato, você tem boas razões para conside­rar evidências que muitos têm despercebido, mas que lhe poderão dar uma boa compreensão desse assunto. Essas evidências incluem as dimensões precisas de quatro forças fundamentais responsáveis por todas as propriedades e mudanças que afetam a matéria. A simples menção de forças fundamentais talvez leve al­guns a hesitar, pensando: "Isso é coisa só para os físi­cos." Não é. Vale a pena considerar os fatos básicos, pois nos afetam.

REGULAGEM PERFEITA

            As quatro forças fundamentais atuam tanto na vastidão do cosmos como na infinita pequenez das es­truturas atómicas. Sim, tudo ao nosso redor está en­volvido.

            Elementos essenciais à vida (especialmente o car­bono, o oxigénio e o ferro) não poderiam existir sem a regulagem perfeita entre as quatro forças manifestas no Universo. Já mencionamos uma dessas forças, a força gravitacional. A força gravitacional está relacionada com a quantidade de matéria dos corpos e apresenta uma relação direta com a concentração dessa matéria. Podemos dizer que a força gravitacional está relacionada à massa dos corpos e é diretamente proporcional a ela. Quanto maior a massa dos corpos, maior será a força entre eles. A relação entre as massas e a força gravitacional foi descoberta pelo físico inglês Isaac Newton (1642 - 1727) no século 17. Newton também observou que a força gravitacional está relacionada com a distância que separa os corpos de maneira inversamente proporcional, ou seja, quanto maior a distância entre os corpos, menor será a força entre eles.


            Mais especificamente, Newton concluiu que a força está relacionada com o quadrado da distância entre os corpos. Por exemplo: se a distância entre dois corpos for triplicada, a força diminuirá nove vezes, já que 32 = 9. Outra é a força eletromagnética. A força eletromagnética é um tipo de interação que envolve diretamente as seguintes partículas elementares: prótons e elétrons. Mas é importante destacar que, de uma forma ou de outra, essa interação atinge todas as outras partículas conhecidas, com exceção do gráviton e do neutrino.

            A partícula mediadora da força eletromagnética é o fóton (uma forma de descrever a luz como partículas indivisíveis). Qualquer objeto ou corpo com carga elétrica emite e absorve luz (fótons), que é responsável pela transmissão da força eletromagnética. Tal constatação nos permite afirmar que a força eletromagnética entre dois corpos não é transmitida instantaneamente e, sim, na velocidade da luz.

            É importante destacarmos que desde os átomos até as enormes montanhas, passando pelos seres humanos, em tudo predomina a interação eletromagnética. E as interações entre esses corpos ocorrem em função da força eletromagnética. Todos os nossos sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) são eletromagnéticos. 

            Mas quando consideramos dois planetas, por exemplo, ou ainda um planeta e uma estrela, a força eletromagnética pode ser relevante por eventuais trocas de calor por meio de radiação, porém, a interação predominante é a gravitacional. 

            Isso nos dá uma idéia da amplitude das dimensões onde a força eletromagnética predomina em relação às outras forças. 

            "Se esta fosse bem mais fraca, os elètrons não seriam mantidos ao redor do núcleo do átomo. 'Seria grave isso?', há quem se pergunte. Seria, pois os átomos não poderiam ligar-se para formar moléculas. Inver­samente, se essa força fosse bem mais forte, os elè­trons ficariam aprisionados no núcleo do átomo. Não haveria reações químicas entre os átomos, ou seja, não haveria vida. Já nesse aspecto fica claro que a nossa existência e a vida dependem da regulagem per­feita da força eletromagnética.


QUATRO FORÇAS FÍSICAS FUNDAMENTAIS

            1. Gravitação: uma força bem fraca a nível de átomos, Afeta objetos grandes - planetas, estrelas, galáxias.
            
            2. Eletromagnetismo: a força principal de atração entre prótons e elétrons, permitindo a formação de moléculas. Os relâmpagos são uma das provas de sua força.

            3. Força nuclear forte: a força que liga os prótons e os nêutrons entre si no núcleo de um átomo.

            4. Força nuclear fraca: a força que governa a desinte­ gração de elementos radioativos e a eficiente atividade termonuclear do Sol.

            E considere a escala cósmica: uma leve diferença na força eletromagnética afetaria o Sol, alterando assim a luz que atinge a Terra, tornando difícil, ou impossí­vel, a fotossíntese nas plantas. Poderia também rou­bar da água as suas propriedades ímpares, que são vi­tais para a vida. Mais uma vez, a regulagem perfeita da força eletromagnética torna possível a nossa vida.

 
Dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio
representam a composição química da molécula da água.

            Ainda que exista uma relação química entre um átomo de hidrogênio e um de oxigênio e por ser estabelecidos pelos dois átomos, os átomos de oxigênio aproximam de forma mais efetiva os elétrons, que dessa forma permanecem mais juntos dele.

            A partir daí, a molécula de água exibe uma região positiva, os heterogêneos, e uma negativa, o oxigênio, dando origem a uma molécula polar e/ou dipolo. A água é vital para os seres vivos detém diversas propriedades essenciais para a vida, provenientes de sua estrutura, além de possuir capacidade de deteriorar substâncias inorgânicas e orgânicas. 

            
            Igualmente vital é a intensidade da força eletro­magnética em relação às outras três. Por exemplo, al­guns físicos calculam que esta força seja 10.000.000.-000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 (1O40) de vezes maior do que a da gravidade. Poderia pare­cer ínfimo acrescentar mais um zero a esse número (1O41). Mas isso significaria que a gravidade seria pro­porcionalmente mais fraca:

            Igualmente

            "Com gravidade mais baixa as estrelas seriam menores, e a pressão da gravidade nos seus interiores não elevaria a temperatura o su­ficiente para ocorrerem as reações de fusão nuclear: o Sol não teria como brilhar." Imagine o que isso significaria para nós!"  
(Dr. Reinhard Breuer)

            E se a gravidade fosse proporcionalmente mais for­te, de modo que o número tivesse apenas 39 zeros (1O39)? 

            "Com apenas esse pequeno ajuste uma estrela como o Sol teria a sua expecta­tiva de vida drasticamente reduzida".  
(Dr. Reinhard Breuer)
          
            E há cientistas que acham que a regulagem é ainda mais precisa.

            De fato, duas qualidades notáveis do Sol e de outras estrelas são eficiência e estabilidade a longo prazo. Veja uma ilustração simples: para funcionar bem, o motor de um carro precisa de uma combinação perfei­ta de combustível e ar. Engenheiros projetam com­plexos sistemas mecânicos e computadorizados para aperfeiçoar o desempenho. Se é assim com um sim ples motor, que dizer das eficien­tes estrelas de "combustão" como o Sol?

            As forças principais envol­vidas estão reguladas com preci­são, viabilizando a vida. Será ca­sual essa precisão? A Jó, da antiguidade, foi feita esta pergunta: 

            33. "Você conhece as leis que governam o céu e sabe como devem ser aplicadas na terra?" 
(Jó 38:33, A Bíblia na Linguagem de Hoje)

            Nenhum homem co­nhece. Assim, de onde vem essa precisão?


AS DUAS FORÇAS NUCLEARES


            A estrutura do Universo envolve muito mais do que apenas a regulagem perfeita da gravidade e da força eletromagnética. Duas outras forças físicas também se relacionam com a nossa vida na terra.

            Essas duas forças operam no núcleo de um áto­mo, muito evidentemente fruto de projeto inteligen­te. Considere a força nuclear forte, que liga os prótons e nêutrons entre si no núcleo do átomo. Graças a essa ligação podem-se formar vários elementos os leves (como o hélio e o oxigénio) e os pesados (como o ouro e o chumbo). Pelo visto, se a força de ligação fosse ape­nas 2% mais fraca, existiria apenas o hidrogénio. In­versamente, se essa força fosse ligeiramente mais for­te, haveria apenas elementos mais pesados, mas não hidrogénio. Afetaria isso a nossa vida? Bem, se fal­tasse hidrogénio no Universo, o Sol não teria o com­bustível necessário para irradiar energia vitalizadora. E, é claro, não teríamos água não teriamos vegetação, não teriamos a vida animal, nem alimento, pois o hidrogénio é um ingrediente essencial de ambos.

 A perfeita regulagem entre as forças que controlam o Sol,
resulta em condições ideais para a nossa vida na terra.
  
            Quarta força em consideração, a força nuclear fra­ca, controla a desintegração radioativa. Afeta tam­bém a atividade termonuclear no Sol. Está essa for­ça em regulagem perfeita com as outras?, talvez se pergunte: O matemático e  ex­plica:

            "A (força) fraca é milhões de vezes mais fraca do que a força nuclear. E fraca justamente o necessário para que o hidrogênio no Sol queime num ritmo len­to e constante. Se a força fraca fosse mais forte ou mais fraca, todas as formas de vida que dependem de estrelas do tipo do Sol também estariam em perigo." 
 (físico Freeman Dyson)

            Sim, esse ritmo de combustão preciso mantém a Ter­ra aquecida — mas não incinerada — e nos mantém vivos.

            Ademais os cientistas acreditam que a força fra­ca participa nas explosões de supernovas, que eles acham ser o processo para a produção e distribuição da maioria dos elementos.

 
A força fraca participando de uma explosão

            Explica o físico:

            "Se tais forças nucleares fossem ligeiramente diferentes do que são, as estrelas não produziriam os elementos dos quais você e eu nos compomos".  
(JOHN POLKINGHORNE)  
              
            Muito mais se poderia dizer, mas você sem dúvida entende o ponto. Existe uma surpreendente regula­gem entre essas quatro forças fundamentais.
              
            Escreveu o professor: 
              
            "Parece que tudo ao nosso redor prova que a natureza fez tudo certo, Sim, a regu­lagem perfeita entre as forças fundamentais possibi­lita a existência e a operação do nosso Sol, do nosso agradável planeta com as suas águas vitalizantes, da nossa atmosfera tão essencial à vida, e de uma cole-ção enorme de preciosos elementos químicos existen­tes na Terra. Mas, pergunte-se: 'O que explica essa regulagem perfeita, e o que é responsável por isso?"­  
(Paul Davies).
"COMBINAÇÃO DE COINCIDÊNCIAS"
              
            Se a força fraca fosse um pouquinho mais forte, nenhum hélio teria sido produzido; se fosse um pouquinho mais fraca, praticamente todo o hidrogénio teria sido convertido em hélio.
              
            "A margem de possibilidade de vir a existir um Universo em que haja  certa quantidade de hélio e também supernovas em explosão é muito estreita. A nossa existência depende dessa combinação de coincidências, e da coincidência ainda mas fantástica dos níveis de energia nuclear preditos pelo astrônomo Fred Hoyle. Diferente de todas as gerações anteriores, nós sabemos como viemos a existir. Mas, como todas as gerações anteriores, ainda não sabemos por quê." 
 (New Scientist, Hoyle, Fred) 

CARACTERÍSTICAS IDEAIS DA TERRA
               
            A nossa existência exige precisão também em ou­tros sentidos. Considere as medidas da Terra e sua posição em relação ao res­tante do sistema solar. No livro bíblico de Jó fazem-se as seguintes perguntas, que induzem à humildade:
               
            4. "Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens entendimento".
               
            5. "Quem lhe fixou as medidas, se é que o sabes? ou quem a mediu com o cordel?" 
(Jó 38: 4 e 5)
               
            Como nunca antes, essas perguntas exigem respostas. Por quê? Por causa das coisas surpreenden­tes que têm sido descobertas a respeito da Ter­ra incluindo seu tamanho e sua posição no siste­ma solar.
               
            Não se encontrou nenhum outro planeta como a Terra no Universo. É verdade que alguns cientistas apontam evidências indiretas de que certas estrelas têm em sua órbita objetos centenas de vezes maiores do que a Terra. Mas o tamanho da Terra é exatamente o certo para que possamos existir. Como assim? Se a Terra fosse um pouquinho maior, a sua gravidade seria mais forte e o hidrogênio (um gás leve) iria acu­mular-se por não poder escapar dessa gravidade. Com isso, a atmosfera seria inóspita para a vida. Por outro lado, se a Terra fosse um pouquinho menor, o essen­cial oxigénio escaparia e as águas do planeta se eva­porariam. Em ambos os casos, não seria possível vi­vermos. 

foto
"As condições especiais existentes na Terra, em função de seu tamanho
ideal, sua composição de elementos e sua órbita quase circular a
uma distância perfeita de uma estrela de vida longa (o Sol),
possibilitaram o acúmulo de água na superfície da Terra." 
(Integrated Principies of Zoology, l° edição).  

            Sem água, a vida na Terra não poderia ter surgido.
           
            A Terra está também a uma distância ideal do Sol, um fator vital para a sustentação da vida. O astróno­mo John Barrow e o matemático Frank Tipler estu­daram o distanciamento do sol". Eles concluíram que a vida humana não existi­ria:

          
            "a proporção do raio da Terra e a distância do Sol, se essa proporção fosse ligeiramente diferente da que se observa, a vida humana não existiria".  
(JOHN BARROW e FRANK TIPLER)
             
            O professor David L. Block diz: 

            "Os cálculos mostram que se a Terra ficasse só 5% mais perto do Sol, uns 4 bilhões de anos atrás teria ocorri­do um descontrolado efeito estufa superaquecimento da Terra. Por outro lado, se a Terra ficasse só 1% mais longe do Sol, uns 2 bilhões de anos atrás te­ria ocorrido uma descontrolada glaciação enormes camadas de gelo cobriria grande parte do globo." 
(Our Universe: Accident or Design?)

            A essa precisão, acrescente-se o fato de que a Ter­ra gira em torno de seu eixo uma vez por dia, na ve­locidade certa para produzir temperaturas modera­das. Vénus leva 243 dias para fazer o mesmo. Imagine se a Terra levasse tanto tempo! Não suportaríamos as temperaturas extremas de dias e noites tão longos.

            Outro detalhe vital é a trajetória da Terra ao redor do Sol. A trajetória dos cometas é larga, e elíptica. Fe­lizmente, a da Terra não é assim; a sua órbita é qua­se circular. Isso também nos poupa de extremos de temperatura fatais. 

            Não despercebamos também a localização de nosso sistema solar. Se ficasse mais perto do centro da Via-Láctea, o efeito gravitacional de estrelas vizinhas dis­torceria a órbita da Terra. Em contraste, se estives­se situado bem na extremidade dessa nossa galáxia, o céu noturno ficaria quase sem estrelas. A luz das estrelas não é essencial à vida, mas não acrescentam elas uma grande beleza ao nosso céu noturno? E, com base em conceitos correntes sobre o Universo, os cientistas calculam que nas extremidades da Via Láctea não haveria elementos químicos suficientes para for­mar um sistema solar como o nosso.

ACREDITA SÓ NO QUE VÊ?

            Muitas pessoas razoáveis aceitam a existência de coisas que não podem ver. Em janeiro de 1997, a revista Discover publicou que os astrónomos haviam detectado o que eles concluíram ser cerca de uma dúzia de planetas orbitando estrelas distantes.

            "Até agora esses novos planetas só são conhecidos pela maneira como suas gravidades interferem no movimento das estrelas-mães." 
 Revista Discover.
           
            Sim, para os astrónomos, os efeitos visíveis da gravitação constituíram base para crer na existência de corpos celestes não vistos.

            Evidências relacionadas, não a observação direta, foi uma base adequada para os cientistas aceitarem o que ainda era invisível. Muitos que crêem num Criador concluem que têm base similar para aceitar a existência do que não podem ver. 

LEI E ORDEM

            Por observação pessoal, você sabe que todas as coisa tendem para a desordem. Como todo dono de uma casa verifica, as coisas abandonadas tendem a estra­gar-se ou a desintegrar-se. Os cientistas chamam essa tendência de  "segunda lei da termodinâmica".
            
            Vemos essa lei em ação diariamente. Um carro novo ou uma bicicleta nova abandonados viram sucata. Um prédio abandonado se transformará em ruínas. E o Universo? A lei se aplica ali também. Portanto, é de supor que a ordem no Universo deva,"ceder a desordem total." 
            
            Mas parece que não é isso o que acontece com o Uni­verso, como o professor de matemática Roger Penrose descobriu ao estudar o estado de desordem (ou, entropia) do Universo observável. Uma maneira lógi­ca de interpretar tais descobertas é concluir que o Universo começou num estado de ordem e ainda é altamente organizado. 
            
            Um astrofísico observou que os cientistas:
            
            "acham misterioso como o Universo tenha sido criado num estado de ordem tão elevado, qualquer teoria de cosmologia bem-sucedida devia em última análise expli­car esse problema da entropia."  
(Alan Lightman)
            
            Ele acrescentou que, ou seja, por que o Uni­verso não se tornou caótico, por ter sido criado em estado muito elevado de perfeição,e esta agora em estado de involução. 
           
            De fato, a nossa existência é contrária a essa lei re­conhecida. Portanto, o que explica a nossa vida aqui na Terra? Como já mencionado, essa é uma pergunta básica que merece uma resposta.
           
            "Para fugir da questão da criação seria  necessário que toda a matéria do Universo fosse infinitamente velha, o que ela não pode ser. (...) O hidrogénio é constantemente convertido em hélio e; em outros elementos (...). Como se dá, então, que o Universo consiste  quase só de hidrogénio? Se a matéria fosse infinitamente  velha isso seria totalmente impossível. Vemos assim que, pelo que o Universo é, a questão da criação não pode ser simplesmente ignorada." 
(Sir. Fred Hoyle: The Nature of the Universe)  
             
            Os cientistas descobriram que os elementos revelam espanto­sa ordem e harmonia. Evidência interessante disso é apresenta­da na conclusão deste artigo "Unidades arquiteturais do Universo".
            
             É assim que uma moderna enciclopédia de ciência chama os elementos químicos. Há uma variedade espantosa entre os elementos da Terra; alguns são raros, outros abundantes. Certos elementos, como o ouro, são atraentes para o olho humano. Outros são gases que nem sequer vemos, como o nitrogénio e o oxigénio. Cada elemento é feito de certo tipo de átomo. A construção dos átomos e a relação deles entre si revelam economia e espantosa organização, numa ordem semelhante à de um gráfico.
           
            Uns 300 anos atrás, conheciam-se apenas 12 elementos: antimônio, arsênio, bismuto, carbono, chumbo, cobre, enxofre, estanho, ferro, mercúrio, ouro e prata. Com a descoberta de novos elementos, os cientistas notaram que estes refletiam uma ordem bem definida. Visto que havia lacunas nessa ordem, cientistas como Mendeleyev, Ramsay, Moseley e Bohr teorizaram a existência de elementos desconhecidos e suas características. Com o tempo esses elementos foram descobertos, exatamente conforme fora predito. Como podiam esses cientistas prever a existência de formas de matéria ainda desconhecidas na época?
            
            Bem, os elementos seguem uma ordem numérica natural, baseada na estrutura de seus átomos. É uma lei comprovada. Assim, os livros escolares podem apresentar uma tabela periódica de elementos em linhas horizontais e em colunas hidrogénio, hélio, e assim por diante. A enciclopédia observa:
          
            "Poucas sistematizações na história da ciência rivalizam-se com o concêitos periódicos como ampla revelação da ordem do mundo físico... Quaisquer elementos novos que venham a ser descobertos no futuro com certeza encontrarão um lugar no sistema periódico, ajustando-se à sua respectiva ordem e revelando as peculiares características familiais." 
(A McGraw-Hill Encyclopedia of Science & Technology)
           
            Quando os elementos são dispostos nas linhas horizontais e nas colunas da tabela periódica, observa-se uma relação notável entre os, elementos que aparecem numa mesma coluna. Por exemplo, na última coluna estão hélio (N.° 2), neônio (N.° 10), argônio (N.° 18), criptônio (N.° 36), xenônio (N.° 54) e radônio (N.° 86). São gases que brilham intensamente quando atravessados por uma descarga elétrica e são usados em certas lâmpadas. Também, eles não interagem facilmente com vários outros elementos, como fazem outros gases.
          
            Sim, o Universo mesmo nas suas ínfimas partículas atómicas revela espantosa harmonia e ordem. O que é responsável por essa ordem, harmonia e variedade nos blocos de construção do Universo?


CARPEMA

Nenhum comentário: